Ponto cego: brilho nos olhos! (por Renato Gameiro)

Daniel Boone 
   Volto a impressão que muito me marca. Impressionou-me muito, o brilho nos olhos de Julio Bozano quando recentemente em seu haras em Bagé conversamos sobre um garanhão nacional, Sabinus, que ele adquiriu na liquidação de Julio Cápua. O tempo passou e novamente volto a me impressionar com a chance que este mesmo criador está dando na Argentina a um reprodutor brasileiro: Daniel Boone.
   Pelo que entendi foram 100 éguas esta temporada de monta, se não me engano sua terceira e creio que nem Clackson em seus áureos tempos recebeu tanto apoio.
   Este é o apoio que outros reprodutores nacionais deveriam aqui ter. Não teria sido isto uma ajuda essencial? Se Daniel Boone cumprirá com a fé nele depositada, não sei. Vi sua primeira geração, a vendida este ano em leilão virtual, e me chamou muita a atenção sua dominância física. Lembrou-me bastante a Tumble Lark, que quando você via um, podia ter certeza de ter visto quase todos.
   Daniel Boone foi um excelente cavalo de corrida, sempre enfrentado aquilo que parecia ser seu problema maior: um forte temperamento. Mas exalava aquela vontade de vencer que separam os diferenciados dos muito bons. Não tenho certeza absoluta, mas nunca o vi chegar numa pior situação que uma 3ª colocação. Venceu os 2.000 metros do Francisco Eduardo de Paula Machado – batendo a meu Drollig – como um craque. E arrisco a afirmar que craque ele o foi.
   No tocante a genética, diria ser este, juntamente com seu físico, dois pontos igualmente fortes. Trata-se de um Wild Event, que é o recordista brasileiro na produção de individuais ganhadores de grupo, numa importada de primeira linha, que tem como estrutura materna Street Cry, Caerleon, Blushing Groom e Lyphard. Quem achar ser pouco, apresente uma pelo menos igual.
   Por sua vez descende da 22-d, pelo ramo da ganhadora do Arco, Gold River. Como pode ser constatado em seu pedigree completo.
   Sempre digo que escrever é como pular num buraco negro, onde você não tem a mínima noção de quem vai ler e de quantos vão entender. Pois bem, Julio Bozano tem plena certeza que jogar 100 éguas num reprodutor é como se jogar em uma piscina sem saber se ela está cheia ou vazia. Só vai descobrir depois de repetir a dose pelo menos por mais três anos. Agora imaginem em um reprodutor nacional, produzindo uma vasta quantidade de filhos, para correr na Argentina? E dá certo!
   O mundo sempre lembrará dos corajosos, tendo eles caído na primeira bala ou saído vitoriosos da guerra com uma medalha.

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